sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

TEÍSMO ABERTO OU HERESIA VELADA?

Alguma vez você já se perguntou se foi você mesmo quem tomou aquela importante decisão de receber a Cristo em sua vida ou se foi Deus quem a tomou por você? Já chegou a questionar se realmente tem “liberdade” de escolha para decidir por si mesmo ou se Deus já determinou todas as coisas a seu respeito? Se a sua resposta for afirmativa, é sinal de que você já experimentou a tensão que deu origem ao Teísmo Aberto – uma perspectiva teológica relativamente nova que amplia o alcance do livre-arbítrio humano e alega que Deus não conhece o futuro.




Concebido em 1980 (com a publicação do livro de Richard Rice, intitulado The Openness of God [A Abertura de Deus]) o Teísmo Aberto surgiu no cenário teológico evangélico nos idos de 1990, chegando ao centro desse palco no ano de 1994 com a publicação do livro The Openness of God: A Biblical Challenge to the Traditional Understanding of God [A Abertura de Deus: Um Desafio Bíblico à Concepção Tradicional de Deus].[1]



Clark Pinnock, um dos autores dessa última obra referida, adere ao Teísmo Aberto “porque [Deus] concede liberdade às Suas criaturas, alegra-se em aceitar o futuro como uma realidade aberta, não fechada, e em manter um relacionamento dinâmico com o mundo, não estático”.[2]



Entretanto, será que tal “abertura” é bíblica?



O contexto histórico

Há centenas de anos as pessoas lutam com dois ensinos da Bíblia aparentemente incompatíveis entre si: a determinação global e onisciente [por parte de Deus] de tudo o que acontece em Sua criação (denominada “providência” ou “presciência”) e a liberdade e responsabilidade humanas de escolher seu próprio caminho (chamada de “livre-arbítrio”). Essa antinomia bíblica apresenta a soberania divina e a responsabilidade humana numa situação de convivência mútua. Entretanto, o raciocínio humano procura solucionar a situação com a exclusão de uma delas.



As Escrituras Sagradas descrevem Deus como Criador absolutamente soberano e onisciente “que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade [...] para louvor da sua glória” (Ef 1.11-12) e para o próprio bem dEle e de Suas criaturas. Aqueles que dão ênfase a esses elementos, normalmente identificam-se com o reformador protestante francês João Calvino (1509-1564).





João Calvino (1509-1564).

Contudo, as Escrituras também descrevem a responsabilidade humana: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Conseqüentemente, outros crêem que a visão determinista do Criador e de Seu cosmos diminui a responsabilidade do ser humano e a importância da glória de Deus. Tais pessoas têm uma inclinação para o que entendem ser uma posição mais justa, que enfatiza a natureza autônoma das escolhas humanas. Elas se identificam com o teólogo holandês Jacobus Arminius (1560-1609).



O Teísmo Aberto é uma tentativa recente de se encontrar um meio-termo aceitável.



Os argumentos

Clark Pinnock alega que o Teísmo Aberto é necessário para que as criaturas de Deus sejam expressivamente agentes pessoais livres. Essa abertura significa que Deus não determina, aliás, Ele nem mesmo sabe um resultado ou desdobramento futuro até que os agentes pessoais livres façam suas escolhas. Ao advogar tal abertura como a melhor solução para a tensão da soberania divina versus a responsabilidade humana, Gregory Boyd considera “a abertura de Deus quanto ao futuro como um dos seus atributos de grandeza”, porque, “um Deus que [...] tem a disposição de se comprometer com um determinado elemento de risco é mais sublime do que um Deus que contempla um futuro eternamente estabelecido”.[3]



Boyd insiste na idéia de que a abertura não diminui a presciência de Deus; pelo contrário, uma vez que as ações futuras dos agentes pessoais livres ainda não aconteceram, não existe nada nesse domínio que Deus tenha de saber.[4]



Entretanto, o Teísmo Aberto se apresenta como uma séria ameaça à concepção bíblica de Deus, o Deus que conhece todas as coisas – reais e possíveis – sem nenhum esforço e igualmente bem. O assunto dessa controvérsia, em vez de ser periférico e incidental, é, de fato, fundamental e danoso para a teologia evangélica.



Bruce Ware, um opositor do Teísmo Aberto, escreveu:



Nossa concepção da providência de Deus exercerá obrigatoriamente uma influência sobre o cotidiano da vida e prática cristã de inúmeras maneiras [...] cometer um erro aqui, é criar milhares de problemas, tanto teológicos quanto práticos.[5]



O Teísmo Clássico (posição na qual cremos) ensina que a onisciência soberana de Deus, de onde se origina Sua presciência, prepondera sobre a liberdade humana; essa natureza de Deus não pode ser menosprezada por uma ênfase exagerada na responsabilidade do ser humano. O fato de que a perspectiva tradicional de Deus, por vezes, é mal expressada ou ridiculariza Deus como “um monarca altivo alheio às contingências do mundo, imutável em todos os aspectos do seu ser [...] um poder irresistível que determina tudo, ciente de tudo o que vai acontecer e que nunca corre riscos”,[6] não quer dizer que o evangelicalismo clássico ignore as tensões geradas pela revelação bíblica.



O Teísmo Aberto não soluciona esse problema da antinomia bíblica. Ele simplesmente remete a discussão para um outro ponto do espectro. A questão agora, passa a ser a seguinte: o que constitui uma livre ação futura em contraste com uma futura ação que não seja livre (i.e., determinada)?



De acordo com o teísta aberto William Hasker, “um agente é livre no que se refere a uma certa ação em dado momento, se naquele momento estiver no poder do agente a capacidade de realizar tal ação e também a capacidade de abster-se dela”.[7]



Entretanto, os teístas abertos adotam um conceito de liberdade humana inadequado que chega a ser quase libertário. John Frame, em seu livro No Other God [Não há Outro Deus], explica:



Os defensores do livre-arbítrio [i.e., os libertários] afirmam que só podemos ser considerados responsáveis por nossas ações se tivermos esse tipo de liberdade radical. O princípio no qual se baseiam é bastante simples: se nossas decisões são induzidas por qualquer coisa ou qualquer pessoa (inclusive nossos próprios desejos), não se pode dizer que são decisões genuinamente nossas e, portanto, não podemos ser considerados responsáveis por elas.[8]



Na realidade, somente Deus é verdadeiramente livre. A liberdade humana é relativa. Em última análise, o relacionamento da soberania e presciência divinas com a liberdade e responsabilidade humanas está muito além do alcance da compreensão das criaturas (humanas e angelicais). Uma vez que a liberdade das criaturas é obviamente limitada (por exemplo, pela força da gravidade), é mais correto admitir a existência dessa antinomia, exaltar o caráter de Deus e permitir que a autonomia humana seja reduzida até enquadrar-se na responsabilidade biblicamente ordenada.



Os perigos

1. O Teísmo Aberto menospreza a glória divina



Na realidade, somente Deus é verdadeiramente livre. A liberdade humana é relativa. Em última análise, o relacionamento da soberania e presciência divinas com a liberdade e responsabilidade humanas está muito além do alcance da compreensão das criaturas (humanas e angelicais).

O Teísmo Aberto dá crédito à criatividade e à desenvoltura de Deus quando Ele consegue “instigar” os agentes morais livres a agirem de conformidade com os planos e caminhos dEle.



Ao perguntar-se acerca do que acontece “quando o índice de sucesso de Deus diminui”, Ware menciona que os teístas abertos reconhecem que “a liberdade possibilita que males horríveis e despropositais venham a acontecer. Embora Deus tente evitar tal sofrimento horrível, dizem eles, há muitas ocasiões em que Ele, simplesmente, não consegue evitá-lo”. Nesse caso, Deus tem que assumir a responsabilidade pelo fracasso de Seus planos.



Em lugar de um Deus temível que controla e dirige tudo o que acontece sem o mínimo esforço, temos que abrir espaço para um Deus que trabalha fazendo horas extras para se manter à frente de todas as livres decisões morais, previamente desconhecidas e inexistentes, tomadas a cada instante de cada dia.



2. O Teísmo Aberto menospreza a esperança humana

A partir de tal perspectiva, o nosso precioso versículo bíblico de Romanos 8.28, deve ser lido da seguinte maneira: “a maioria das coisas coopera para o bem, desde que Deus consiga instigar as pessoas ao meu redor”, em vez de “sabemos que todas as coisas cooperam [i.e. que Deus leva todas as coisas a cooperarem] para o bem daqueles que amam a Deus”.



Não teremos mais condição de dizer, como declarou José a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).



Se Deus consegue apenas resultados parciais na concretização de Seus propósitos, como afirmam os teístas abertos, então Ele talvez não seja bem sucedido no cumprimento de Seus propósitos para a minha vida. Porém, o apóstolo Paulo afirmou exatamente o contrário: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).





Se Deus consegue apenas resultados parciais na concretização de Seus propósitos, como afirmam os teístas abertos, então Ele talvez não seja bem sucedido no cumprimento de Seus propósitos para a minha vida.

Ao invés de ter um Deus que não conhece aquilo que ainda está por acontecer, é confortador, e até mesmo um tanto assombroso, saber que “...não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13).



3. O Teísmo Aberto menospreza a confiabilidade profética

Lá se foi o amor pela Palavra de Deus e por Suas promessas referentes ao futuro, as quais amamos ler e considerar. Um crítico do Teísmo Aberto disse: “imagine só o compositor do hino tentando animar os desvalidos com estas palavras: “Não sei o que de mal ou bem é destinado a mim [...] mas eu sei em quem tenho crido, o qual também não conhece o meu futuro”.



4. O Teísmo Aberto menospreza o futuro de Israel

Após rebelar-se por repetidas vezes e frustrar o plano de Deus para ela, será que a nação de Israel ainda poderia ter um restinho de esperança de que Deus cumprirá as promessas que lhe fez? Ter-se-ia que reconhecer o fracasso de Deus em Sua criatividade e poder de persuasão no passado e perder as esperanças na competência de Deus quanto ao futuro.



A conclusão inevitável a que tal pensamento leva é que a posse da Terra de Israel é uma questão de quem se apoderar dela, visto que Deus não conhece o futuro, nem predeterminou o resultado final.





Será que a nação de Israel ainda poderia ter um restinho de esperança de que Deus cumprirá as promessas que lhe fez?

Por outro lado, Paulo declara que a atual condição de Israel faz parte de um inescrutável plano de Deus para a Sua própria glória: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia [...] Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 9.16,18).



O Teísmo Aberto é uma tentativa de modelar uma forma mais conveniente de liberdade humana, à custa da concepção de Deus ensinada no Teísmo Clássico. Todavia, em seu desdobramento final, menospreza a glória de Deus para exaltar a liberdade do homem. É um esforço de produzir a conclusão final acerca de uma antinomia bíblica que está muito além da compreensão das criaturas. E, nesse intento, o Teísmo Aberto prejudica a confiança do crente tanto na providência benigna de Deus, quanto em Sua Palavra profética.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A CAMINHO DO SÉCULO XXI !

Uma coisa pouco agradável aconteceu quando estávamos a caminho do século XXI. No final do século XX, certos líderes saíram afirmando que precisávamos de “uma maneira nova de fazer igreja”. A religião dos tempos antigos não era boa o suficiente. Então vieram os novos truques, substituindo o Evangelho sólido. Vimos o surgimento do movimento da igreja que é “sensível aos que buscam” e que não ofende a ninguém. A “esquerda religiosa” tornou-se mais proeminente, promovendo seu evangelho social. E depois veio a Igreja Emergente.


Se você perguntar a dez cristãos o que é a Igreja Emergente, provavelmente nove deles ficarão sem ter o que dizer. Não obstante, ela está devorando denominações e igrejas inteiras que antes eram sólidas.

Então, o que é realmente esse fenômeno? Primeiro, ele é místico. Baseia-se em práticas dos antigos “padres do deserto”,* tais como oração contemplativa e meditar caminhando por um labirinto. Inclui também a yoga – tudo para chegar mais perto de Deus. Algumas de suas práticas deixam a pessoa em um estado alterado de consciência. Os emergentes não estão realmente interessados em doutrina; em vez disso, eles querem coisas que se possa sentir, tocar, e cheirar, tais como incenso e ícones.

Esse movimento reinventa o Cristianismo






Ele tira seus olhos da cruz e faz com que você enfoque a experiência. A Escritura já não é autoridade. Não há absolutos, nem na Bíblia. Os emergentes afirmam que, para levarmos o mundo e a igreja para a frente, devemos voltar atrás na história da igreja e abraçar até mesmo as crenças católicas. A doutrina deles está realmente mais perto do budismo, do hinduísmo e da Nova Era do que do cristianismo tradicional.

O inferno, o pecado e o arrependimento são deixados de lado para que ninguém se ofenda. Além disso, eles afirmam que não há absolutos suficientes para podermos falar sobre inferno, pecado e céu.

Os emergentes dizem que estão tentando proporcionar “significado a esta geração”. O que isso significa? No final do século XX, surgiu um anseio para atingir a geração pós-moderna. Conheça o termo pós-moderno! Ele é usado para descrever a geração de menos de 30 anos. E, conforme os emergentes, para alcançar essas pessoas, as tradições antigas tinham que ser abolidas.

Para os pós-modernos, a mensagem sólida do Evangelho é dogmática demais e arrogante. Os emergentes diriam que um evangelho mais moderado tinha que ser inventado para ser aceito pelas massas dentro dessa geração mais jovem.

Infelizmente, os recursos que eles escolheram para fazer isso estão mais de acordo com a adivinhação do que com qualquer outra coisa.

E, o que dizer sobre a escatologia deles? E sobre Israel? Como o enfoque deles é o evangelho social, eles estariam mais de acordo com a teologia do “Reino Agora”, de “tornar o mundo perfeito”. Eles não entendem literalmente nenhuma parte da escatologia bíblica (doutrina das coisas futuras, profecia) – consideram-na alegórica. Israel seria comparável a uma “república de bananas”. A ênfase está no Reino de Deus agora e não nas admoestações das Escrituras sobre o retorno iminente de Cristo em um julgamento que está por vir.

domingo, 9 de maio de 2010

IGUALDADE: UMA SÓ CARNE!

UM ASSUNTO MUITO DISCUTIDO NOS NOSSOS DIAS É A QUESTÃO DA MULHER NAS SUAS VÁRIAS ATRIBUIÇÕES NA SOCIEDADE.  DE FATO, A MULHER ASSUMIU VÁRIAS PARTICIPAÇÕES AO LADO DO HOMEM, NO LUGAR DO HOMEM. BEM, FORAM ANOS DE LUTAS PARA QUE ESSA PARTICIPAÇÃO SE DESSE DE MANEIRA EFETIVA, NO DESEJO DE QUE HOUVESSE A CHAMADA IGUALDADE. CONTUDO, A MULHER TENDO IDO LONGE NAS SUAS CONQUISTAS, SURGE O MOVIMENTO FEMINISTA, ONDE A MULHER BUSCA SUPREMACIA EM RELAÇÃO AOS HOMENS. ASSIM, COMO A TENDÊNCIA MASCULINA DOMINOU O CENÁRIO POR LONGOS ANOS, EXCLUINDO A MULHER, MALTRATANDO E SUBJUGANDO. DA MESMA FORMA, O MOVIMENTO FEMINISTA PROCURA DOMINAR, SUPLANTAR, ULTRAPASSAR E, ATÉ MESMO, EXCLUIR. O FATO É QUE A MULHER AO SER CRIADA POR DEUS DA COSTELA DO HOMEM, MOSTRA QUE SÃO DO MESMO MATERIAL. PORTANTO, IGUALDADE NA COMPOSIÇÃO, TENDO A MESMA IMPORTÂNCIA. TAMBÉM CHAMA A MINHA ATENÇÃO  O FATO DE QUE ESSA CRIAÇAO USOU UMA DAS COSTELAS, SUGERINDO COMPANHERISMO, UNIÃO E COOPERAÇÃO EM TUDO QUE FIZESSEM. ISTO É, AMBOS ATUARIAM PARA O BEM COMUM DE TODOS. SENDO ASSIM, TANTO NA CRIAÇÃO, QUANTO NOS AFAZERES, DEUS COLOCA HOMEM E MULHER LADO A LADO, EM MESMA IGUALDADE PARA PROPORCIONAR FELICIDADE MÚTUA E COLETIVA. A EXCLUSIVIDADE NÃO FOI PREVISTA NA FORMAÇÃO DE AMBOS(POIS A FAMÍLIA RETRATA UNIÃO E COOPERAÇÃO). EQUILIBRIO, COMPREENSÃO, RESPEITO SÃO VIRTUDES PARA ALCANÇAREM O MESMO  OBJETIVO: A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE RESPEITOSA, PRODUTIVA E COLETIVA.

LIBERDADE NA APRENDIZAGEM!

 Dizem que os olhos são o espelho da alma. Contudo, Platão, no seu livro “Fedro”, expôs magistralmente a sua teoria da Alma Prisioneira. Diz como a alma imortal e celeste, quando encarna na vida humana física, se torna escrava dos sentidos materiais e submerge numa espécie de sonho e olvido. Esquece a sua natureza, a sua capacidade de voar e de elevar-se por cima das necessidades da sua jaula —a personalidade— que não são suas necessidades. A Alma, dizia Platão, não é desta terra e carece das necessidades físicas, psicológicas e mentais que esta terra gera. A alma não se alimenta dos frutos desta terra mas sim de outros, celestes; não necessita da aprovação alheia para fazer ou não fazer; não necessita de auto-estima porque naturalmente a tem; antes melhor estima aquilo que ama. Não se sente limitada pelo aqui e agora; nem pelo cárcere do tempo que separa, de acordo com a lei de causa e efeito mundana, o ontem, do hoje e do amanhã. Ama uma beleza que não é condicionada pela idade nem pelas circunstâncias, exibe uma bondade que é ela mesma, a sua própria essência e natureza; é, enfim, a verdadeira medida das verdadeiras acções; o selo de autenticidade no devir de valores relativos do mundo.

E ensinava Platão que a Alma, como uma ave celeste numa jaula formada por ideias, crenças e necessidades deste mundo, pode despertar do sonho e olvido quando percebe na natureza e no comportamento dos outros fulgores que não são deste mundo mas sim de outro mais elevado e puro. Por exemplo, todo o acto de generosidade na selva dos interesses criados brilha como uma estrela na noite. É necessário ensinar à alma a sua verdadeira natureza para que, recordando e exercitando-se, possa recuperar a sua capacidade de voo; pois é esta, só e não outra, a essência da verdadeira liberdade. Pode existir tarefa mais nobre que libertar a alma das suas ataduras? E que reconheça assim o seu divino parentesco com todas as outras almas, não só humanas mas de tudo o que alenta na natureza ou na própria imensidade do espaço? Quando S. Francisco de Assis dizia “Irmão Sol, Irmã Lua, Irmãs Estrelas…” não o fazia de modo figurado, literário, mas sim que percebia uma verdade que todas as almas despertas podem perceber e que é nosso dever e saúde não esquecer. Para Platão o amor à Sabedoria —pois isto é Filosofia e não sisudo estudo— é o espelho mágico que permite à alma recordar a sua verdadeira natureza; para fazer, como fruto deste reconhecimento, aquilo que deve fazer aqui e agora. Pois como ensinam os velhos textos da Índia: apenas no dever, interior e definitivo, se encontra a verdadeira acção. É fora deste, quer dizer, fora dos fins e confins da alma que se projectam as ilusões da acção, triste resposta às ilusões da vida. Paz profunda ao seu coração!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

UMA CONFISSÃO DE FÉ!

Quando medito, Senhor, nas palavras que pronunciaste em tua última noite:


"Em memória de mim", quando penso que milhões curvam a fronte para comer uma migalha de pão e tomar um minúsculo cálice de vinho em memória do "filho do carpinteiro", do incompreendido líder de uma minoria, volta-me à mente e ao coração o preço que isso Te custou.

"Em memória de mim".

O que já não foi feito em memória Tua? Em Teu nome, guerras foram declaradas, reis perderam o trono, plebeus atingiram a fama e a santidade. Milhares caminharam para a morte entoando hinos, deixando-se dilacerar por feras, enquanto aproveitavam o último alento para uma derradeira profissão de fé e amor:

"Salve, Cristo, quem vai morrer Te sauda"!

Nenhum herói conseguiu mudar assim o coração dos homens, os destinos da humanidade. Mas a que preço, Senhor! A que preço! Que de angústia, oculta sob a ternura dos gestos de cortar o pão e abençoar o vinho! Que solidão imensa na simbólica destribuição que só Tu sabias ser o primeiro passo na direção do Calvário; o primeiro degrau na escala de todo o horror que, já naquele instante, a terrível onisciência, Te fazia sofrer:

a luta no Getsêmani,

o beijo de Judas,

a brutalidade dos soldados,

a hipocrisia de Caifás,

a covardia de Pedro,

o abandono total e absoluto da cruz.

Já não Te feriram os ouvidos

a dúbia voz de Pilatos e o "crucifica-O", de teus próprios irmãos?

E foi na contemplação de mil dedos apontados em Tua direção, já sentindo na carne o dilacerar dos cravos, que ordenaste, num tom que mais parecia um pedido de quem ama na hora de dizer adeus:

"Fazei isto em memória de Mim."

Bem sei que Te custou a vida

escrevê-lo na mesa da Casa que é Tua,

em meu coração, que também é Teu.

DIAS DE ANTECIPAÇÃO.

  • O NÚMERO DE DIAS SE SEGUEM, SALTANDO UM DIA APÓS O OUTRO... NUMA CAMINHADA QUASE IMPERCEPTÍVEL DIANTE DE TANTAS "REALIDADES", SEJAM OBSCURAS OU CLARAS DEMAIS. OS FATOS SÃO IGNORADOS OU DISCUTIDOS COM CERTAS "RESERVAS", DEIXANDO DE LADO TODAS AS POSSÍVEIS CONSIDERAÇÕES QUE "APARENTEMENTE" NÃO CONTRIBUIRIA. O QUE SE DEVE DIZER DOS DIAS ATUAIS, DOS DISCRETOS ESFORÇOS  DO "BEM VIVER".
  • ENFIM, VALORES SÃO COLOCADOS TODOS OS DIAS, ALGUNS SÃO DEIXADOS PARA TRÁS, OUTROS SÃO SUBSTÍTUIDOS DIANTE DAS CONTEMPORANIZAÇÕES MORAIS E ÉTICAS. PARECE QUE CONFIGURAR VIDAS SE TORNA UM QUEBRA-CABEÇA, DEPENDENDO DOS ACONTECIMENTOS, DAS FORÇAS DIRETIVAS DOS DIAS ATUAIS.
  • LOGO, ONDE BUSCAR UMA TENDÊNCIA DO "MEIO TERMO", COMO DIZEM OS "MAIS EQUILIBRADOS".  BEM, MEU AMIGOS! INDICAR UM CAMINHO DIANTE DE TANTOS ARRAZOAMENTOS(ALEGAÇÕES, DISCURSOS EM DEFESA DE ......) PODERIA PARECER PRESUNÇÃO. SÓ RESTA REPETIR AS PALAVRAS DO MESTRE QUE DISSE SER DEUS; DISSE SER O SALVADOR DA HUMANIDADE E QUE TRARIA JUSTIÇA, RESTAURANDO À PAZ E A FELICIDADE EM TODOS OS SENTIDOS. DISSE PAULO EM SUA CARTA AOS ROMANOS, NO CAPÍTULO ONZE, VERSÍCULO TRINTA E TRÊS: "...COMO SÃO GRANDES AS RIQUEZAS DE DEUS! COMO SÃO PROFUNDOS O SEU CONHECIMENTO E A SUA SABEDORIA! QUEM PODE EXPLICAR AS SUAS DECISÕES? QUEM PODE ENTENDER SEUS PLANOS? COMO DIZEM AS ESCRITURAS SAGRADAS: "QUEM PODE CONHECER A MENTE DO SENHOR? QUEM É CAPAZ DE LHE DAR CONSELHOS? QUEM JÁ DEU ALGUMA COISA A DEUS PARA RECEBER DELE ALGUM PAGAMENTO? " POIS TODAS AS COISAS FORAM CRIADAS POR ELE, E TUDO EXISTE  POR MEIO DELE E PARA ELE. GLÓRIA A DEUS PARA SEMPRE! AMÉM! EIS UMA ÓTIMA DECISÃO DE SE ANTECIPAR AOS LONGOS E COMPLICADOS ARRAZOAMENTOS, SIMPLIFICANDO A VIDA EM TODAS AS SUAS EXTENSÕES, ABREVIANDO OS DIAS. SE OS DIAS SÃO RELATIVOS E AS SUAS TENDÊNCIAS DEPENDEM DOS DIAS CORRENTES....SEREMOS TRANSPORTADOS PARA O INÍCIO E FICAREMOS SEGUROS DOS DIAS TRANCORRIDOS ATÉ  O FIM, POIS, FICAREMOS COMO AS ÁGUIAS: SUBINDO ALTO SOBRE OS MAIS LONGOS E ALTOS OCEANOS DOS SABERES, TENDO A VISÃO EXATA DA RAZÃO DA VIDA!